Entre os fatores de risco que provocam o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, encontram-se as dislipidemias, que são distúrbios do metabolismo das gorduras, com repercussões sobre os níveis das lipoproteínas (LDL e HDL) na circulação sanguínea.
Altos níveis plasmáticos de LDL e baixos de HDL são considerados fatores de risco independentes para o desenvolvimento da aterosclerose, que são aquelas placas que se formam dentro dos vasos sanguíneos..
O sedentarismo é um importante fator de risco que concorre para a formação da placa aterosclerótica. A prática de exercícios físicos é estimulada atualmente como parte da prevenção e terapia de todos os fatores de risco da doença arterial coronariana. O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de inúmeros estudos e debates científicos em todo o mundo e, atualmente, está sendo recomendado como parte integrante de seu tratamento.
A maior parte dos estudos tem demonstrado modificações benéficas nos níveis e composição química das frações e subfrações da HDL e LDL após um programa de exercícios aeróbios com diferentes intensidades, durações e freqüências, realizadas por indivíduos de variadas faixas etárias e níveis de aptidão cardiorrespiratória.
A explicação para alterações benéficas nos níveis plasmáticos do colesterol através do exercício aeróbio em suas diferentes intensidades, durações e frequências, reside no melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo das gorduras, mais especificamente, no aumento da atividade enzimática da lipase lipoprotéica, enzima que favorece um maior catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídeos, formando menos partículas LDL aterogênicas e elevando a produção de HDL.
De acordo com a maioria dos estudos, a relação entre as alterações da HDL e LDL com o treinamento aeróbio parece estar bem definida. O efeito agudo ou crônico do exercício aeróbio, tanto de baixa como de alta intensidade e duração, pode melhorar o perfil lipoprotéico, estimulando o melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico, favorecendo, principalmente, aumentos dos níveis da HDL, assim como, modificando a composição química da LDL.
Os exercícios aeróbios, com intensidade moderada, com duração mínima de 30min, pelo menos três vezes por semana, por sua fácil realização, apresentam-se como uma boa alternativa para induzir modificações lipoprotéicas basais de qualquer indivíduo em diferentes faixas etárias. Porém, a associação da dieta e perda de massa corporal ao exercício aeróbio, parece ser fundamental para a obtenção de um bom perfil lipídico.
Já a existência de poucos e controversos estudos envolvendo o treinamento de força, não permite afirmar ou até mesmo sugerir se há ou não alterações benéficas no perfil lipídico. Mesmo assim, sua prática deve ser estimulada para qualquer indivíduo, pois se sabe que a força muscular é considerada, atualmente, como um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde.
Prof. Gil - Academia FW
Saúde em alta performance